terça-feira, 30 de maio de 2017

O Perdão e a boa Convivência

É de conhecimento geral que um dos grandes males que a humanidade carrega é a falta de perdão. Os sentimentos de mágoa, raiva ou inveja que surgem no nosso dia-a-dia, mediante alguma situação desagradável, são a origem de desentendimentos e pensamentos negativos como a revolta e vingança. Ao alimentarmos estas negatividades acabamos ferindo não só aos outros, mas também a nós mesmos.

A ideia de perdão vê-se, por muitos, como um ato dos fracos porque o orgulho, a mania de superioridade os permite que não sejam humildes e capazes de perdoar, por ter esta visão errada. A forma de encarar o perdão como sinónimo de fraqueza é descabida, mas pelo contrário, é preciso ser forte o suficiente para se libertar de toda a mágoa e do mal tão pesado que o ressentimento causa no corpo e na alma.

Em algumas áreas de estudo científico, e não só, mostram claramente como a falta de perdão age de forma negativa no organismo. Estudos em Psicologia, por exemplo, explicam que o desgaste emocional e físico são também causados por ressentimentos, dando origem a transtornos como a ansiedade, o estresse, a depressão e ataques de pânico. Ainda no campo científico, a acumulação de ressentimentos causa dificuldades cardíacas, alterações no sistema imunológico entre outros problemas físicos e no campo espiritual o perdão é de extrema significância, por residir na essência Divina. Sendo assim, é visível a compreensão que perdoar é saudável para o físico e para o espírito.

Não menos importante é a presença do diálogo em qualquer circunstância que origina o ressentimento, pois, como já diz o velho ditado: "É falando que a gente se entende". Ora vejamos, quantos rompimentos de relações familiares, amorosas ou de amizade têm acontecido porque faltou simplesmente o diálogo entre as partes envolvidas? Por orgulho preferimos guardar os males que os outros nos causam, não aceitamos nossos próprios erros, erramos também com os outros e tão pouco nos aproximamos para confessá-los e pedir desculpas, enfim, o certo é que para um bom entendimento é necessário o diálogo.

Alguns sustentam que é preciso "pagar pela mesma moeda". Pensando deste jeito observamos uma certa irracionalidade para este argumento porque pagando o mal pelo mal nada mais ganhamos se não a maldade no pensamento e nas ações, ferindo os outros, destruindo a boa e saudável convivência. É desta boa convivência que o mundo está precisando cada vez mais dela. Veja quantas guerras acontecendo como consequência do desentendimento, orgulho, egoísmo e ganância! Digo isto porque o perdão, a tolerância e a compreensão não habitam onde há ressentimento e se habitam são em doses ínfimas, insignificantes. Pense nisso!

Sabendo as razões para perdoar, fica-nos mais fácil agir para tal ação, mas como fazer? São várias pessoas tentando sem sucesso e cada vez que se lembram do erro cometido por alguém que antes lhes feriu dá um aperto no coração e a mágoa adormecida acorda. Então, é difícil perdoar? Pode ser que sim, mas uma coisa é certa, a recompensa é gratificante, principalmente para quem toma esta decisão.

A ação do perdão vem de uma tomada de decisão, que é o que devemos considerar primeiramente, e o passo subsequente é de agir de acordo com o que decidimos. No entanto, é importante levarmos em conta que a primeira pessoa a se beneficiar desta decisão somos nós mesmos porque, como já havíamos dito, o ressentimento causa-nos mal a saúde física, mental e espiritual. Em segundo lugar, é direcionar a ação do perdão para o alvo pretendido, ou seja, se guardamos algum ressentimento por alguém que nos fez mal, é importante que nos aproximemos desta pessoa para doar o nosso perdão. Após isto acontecer devemos saber que perdoar não implica necessariamente esquecer do mal cometido, mas sim poder lembrar de algum ressentimento passado e não sentir nenhuma angústia que possa trazer sentimentos negativos, pois, o perdão é uma atitude positiva, embora venha se perdendo cada vez mais.


Com tudo isso, se nos definimos como seres racionais, então, o que falta para começarmos a agir racionalmente, perdoando a nós próprios, ao nosso próximo e assim cultivar uma boa convivência pessoal e interpessoal?

terça-feira, 2 de maio de 2017

A Essência do Viver

Começo por dizer que é preciso ter consciência da vida que levamos, o caminho que estamos e qual o mais correto a seguir.

Tempos modernos são o que vivemos atualmente. São tantas tempestades de informação sobre vários assuntos que chega a confusionar nossas mentes e convenhamos, mentes confusas perdem o foco se distanciando dos seus objetivos; uma mente confusa facilmente é manipulada e muitas vezes vive tentando se adequar num mundo longe do seu, apenas por não conhecer ou por ter medo de aceitar o seu próprio mundo.

Ainda vale notar que neste turbilhão de mente confusa, as manipulações, a tentativa de adequação e a inconsciência ou o medo do seu próprio mundo trazem a tona sentimentos de tristeza, desamparo, insegurança, enfim, tais manifestações cortam o prazer pela vida fazendo com que nos esqueçamos de quem somos e o que realmente queremos.

Hoje tudo se tornou bastante descartável, principalmente no que concerne à amizade, a fidelidade, ao companheirismo, ao respeito e ao amor; hoje nos preocupamos mais em ter, em estar, em aparências e pouco estamos preocupados em ser. Pois é, isto mostra uma falta de comprometimento e sobretudo o desvio da verdadeira essência da vida.

O despertar da consciência traz a tona o essencial do viver afastando o promíscuo que degrada a integridade moral e até física do ser humano. O autoconhecimento é o primeiro passo no despertar da consciência, pois, desde que temos a certeza de quem somos, a responsabilidade de fazer escolhas e tomar decisões que afetam nossas vidas positivamente e das pessoas que nos rodeiam se tornam acentuada. Neste estágio de vivência, o alcance do que realmente precisamos e com quem devemos seguir se torna cada vez mais claro.

É certo que há uma grande diferença entre o precisar e o querer, pois, o precisar vai bem mais além dos desejos, das vontades e apetites passageiros e a essência da vida nos oferece o que realmente precisamos para que assim possamos seguir caminhos certos.

Todo ser humano carrega consigo a sua essência, como se fosse um dom, porém, a vida traz também a sua essência, digamos que mais sublime, onde habita a paz, a solidariedade, a harmonia, o respeito, a honra e sobretudo o amor. Devemos usar esta essência de forma real servindo o próximo, assim como na busca do aperfeiçoamento desta para alcançar o equilíbrio individual e interpessoal.


Todavia, após ganharmos consciência de quem realmente somos e nos aperfeiçoarmos cada vez mais para o melhor que podemos ser, iremos com certeza abraçar a vida de forma bem mais leve e tranquila sem nos preocupar em sermos afetados pelo sistema de manipulações que nos desfoca da essência do nosso viver. 

Autor do Texto: JM Adriano Jr